A Fundação Walter Peracchi de Barcellos – Funperacchi, com o apoio do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do RS – CODENE/RS, realizou na noite desta quarta-feira (26), na Sala de Música do Teatro São Pedro, evento alusivo ao Dia da Mulher Negra Latino e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela.
O evento, contou com a presença de autoridades jurídicas e de movimentos ligados a luta do povo negro, homenageando as Dras. Patrícia Oliveira e Andréa Campos, mulheres que se destacaram pela imponente presença nos espaços, tornando-se protagonistas e abrindo portas para tantas outras.
Participaram da homenagem os presidentes da Funperacchi, Roberto Alexandre dos Santos, e o presidente do CODENE/RS, Marcio Luis Rosa de Oliveira; além da Secretária Executiva do CODENE/RS, Claudia Dutra. Da Funperacchi, além da maestrina Iovana Scaravelli, que tão bem conduziu as apresentações do Coral da Fundação, também estava presente o Diretor de Relações Institucionais, Coronel Aroldo Medina; e a Fisioterapeuta Fernanda Oliveira, que também faz parte do coral. A vereadora Comandante Nádia, também prestigiou o evento.
“É uma alegria poder homenagear mulheres que se destacam em um Estado onde o preconceito é tão latente. Precisamos destacar histórias de sucesso, para que outras pessoas, outras mulheres se inspirem. Aqui vejo várias Terezas, e não tenho dúvidas de que cada uma tem sua luta diária, e que se inspiram em tantas outras. Hoje é um dia para exaltar a mulher negra, e nós enquanto fundação nos orgulhamos muito”, destacou o presidente Roberto.
Este é o segundo evento alusivo à data realizado pela Funperacchi, que vê como fundamental a celebração, o resgate da história, para que nenhuma história de dor e preconceito se repita, e que a reparação da valorização histórica aconteça.
Homenageadas
Durante suas falas, as homenageadas falaram da importância da educação, e fundamentalmente do exemplo que tiveram em casa, sobre essa transformação.
“Quero iniciar agradecendo a minha ancestralidade, afinal, nem todos chegam a um lugar de destaque, e eu não cheguei sozinha. Inicialmente tive o apoio da minha família, os estudos que meu pai proporcionou e deixou como herança, e logo tiveram os bons amigos, pessoas abrem portas”, disse a Dra. Patrícia Oliveira, Desembargadora do TRE-RS, destacando que não vem de família de juristas ou desembargadores, e que por algum momento da vida achou que isso não pudesse ser sua realidade.
Já a Dra. Andréa Campos, afirmou que seu maior exemplo de vida é sua mãe, engenheira e advogada. “Não tenho como exemplo as pessoas que querem nos impor enquanto povo negro, mas sim minha mãe, mulher que durante toda uma vida não baixou a cabeça. Nós diariamente ainda temos que mostrar o quanto somos capazes, vivemos uma provação diária, mas eu sempre digo a mim mesma, que não nasci escrava e que não irei deixar me escravizar por ninguém! ”.
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